quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Pura emoção

Tenho a grande honra de informar que o livro "Pelos olhos de meu pai", de minha autoria, está disponível no acervo das 08 lojas da Livraria Cultura, assim como disponivel para consultas na pagina internet de renomada livraria.
http://www.livrariacultura.com.br/

Conto com vosso apoio, atenção e divulgação. Vejam comentário de Affonso Romano Sant´Anna na primeira postagem deste blog.

Muito, muito obrigada

Sinopse do livro:

No livro, Marina Vicari Lerario rememora fatos da Segunda Guerra Mundial na Itália,descritos por seu pai – Giuseppe Vicari - verbalmente ou através de documentos, sem compromisso com as circunstâncias e as pessoas que os determinaram. Apenas marcados por uma visão estritamente pessoal do passado, num sobrepor de imagens, no simples prazer de sintetizar uma vida, aliás, algo de uma vida, a vida de seu pai. O foco é uma determinada perspectiva do tempo, assim como é a vida dos que constituem testemunhos do transpor do Homem em qualquer latitude geográfica, em contínuo contato espiritual com a natureza, expressão divina do mundo em que devemos viver. A narrativa abrange o período de 1942 a 1947, quando Giuseppe Vicari retorna ao Brasil, já casado e com uma filha de 1 ano. Sua família se completaria depois com o nascimento de mais duas filhas no Brasil. Giuseppe Vicari é um paulista, filho de italianos, que tomou o rumo da Itália no início da década de 20, para estudar arquitetura, e se viu repentinamente envolvido num conflito de dimensões mundiais, que ele não queria e com o qual não concordava. A Segunda Guerra Mundial é o grande cenário de todas as ações. E tudo gira em torno de Alessandria, cidade do Piemonte e residência de Giuseppe Vicari. Na Itália em guerra, tudo fica mais penoso. Trabalhar é difícil para um arquiteto, quando o que se busca é destruir e não construir. Um simples deslocamento de uma cidade a outra leva horas. As refeições são racionadas e o medo é o companheiro de todos os momentos, especialmente nos bombardeios implacáveis. No livro, cenas de bombardeio são descritas com toda a intensidade e com detalhes próprios de quem viveu cada situação. O enfrentamento das forças em conflito e a crueldade sem limites a que o ser humano pode chegar, mesmo numa guerra entre irmãos, também são mostrados. Para fugir dos horrores da guerra, Giuseppe como muitos outros italianos, realiza uma verdadeira viagem para dentro de si mesmo, para o seu despertar como ser humano.
Embora a guerra estivesse mais próxima de cada porta, os italianos insistiam em viver o seu cotidiano independente das incertezas de um momento conturbado.
"Na verdade, Alessandria não sentia nem crise nem miséria. Tocava seu barco com a força da sua indústria e a fertilidade de sua terra, que davam de comer para todos, enfim, e geravam o bem-estar popular. As extensas campinas cultivadas de trigo, ao ondular das espigas ao vento de junho, davam messianicamente essa garantia. Assim os vinhedos, pelos seus belos morros esparsos de Valenza à Ovada, davam a alegria com suas uvas colhidas ao cantar das vindimadeiras. E assim para as outras dádivas da terra, de que a região era farta, para a saúde de seus filhos".
Prisioneiro do medo e vivendo diuturnamente da fé e da esperança, Giuseppe Vicari encontra tempo para o amor, aquele amor verdadeiro que nasceria na Itália, cresceria no Brasil e duraria até o fim de sua vida.
No final do livro, uma homenagem ao Brasil, realçando a atuação de nossos pracinhas na reconstrução de um país flagelado pela guerra e que não queria outra coisa a não ser trabalhar em paz.
"A meu ver, a cidade parecia vir se "abrasileirando" cada dia mais. As cores verde-amarelo e as tricolores italianas formavam motivos decorativos nos lugares públicos, sendo seus autores tanto brasileiros como italianos. Nos bares, distribuído pela FEB, voltava o bom café genuíno de cuja preparação os italianos foram sempre especialistas. Também os restaurantes e as confeitarias eram freqüentados pelos militares brasileiros, sempre joviais e comportados, oficiais ou soldados que fossem, todos à busca de uma boa macarronada à napolitana ou de um bom sorvete à siciliana."













(fotos da cidade de Alessandria, duas delas de projetos de Giuseppe Vicari)

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